Chegada do inverno eleva casos de bronquiolite e buscas pelo pronto-socorro aumentam

Pediatra do Hospital e Maternidade Ipiranga Arujá dá dicas para identificar a hora certa de procurar a emergência

Arujá, SP (agosto de 2021) – O inverno está mais rigoroso do que nos anos anteriores e, em decorrência disso, há um problema comum nessa época do ano: o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável pela bronquiolite, com maior prevalência em crianças com menos de 2 anos de idade. A doença consiste em um processo infeccioso nos pulmões, causando secreção e diminuindo a ação da musculatura respiratória. Por isso, quanto menor a criança, maior o risco para a saúde, podendo ser necessária a internação em Unidade de Terapia Intensiva. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registrou, em 2015, 314 mortes pela infecção com VSR, vírus responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante épocas sazonais.

Nos períodos mais frios, as suspeitas de bronquiolite costumam influenciar diretamente a procura pelos prontos-socorros. O Hospital e Maternidade Ipiranga Arujá, localizado no ABC Paulista, registra uma média de  8 mil atendimentos por mês em sua emergência. No entanto, o coordenador da pediatria da unidade, Dr. Roberto Takashima faz um alerta: a própria ida ao pronto-socorro pode facilitar a circulação do vírus.  Em decorrência dos riscos, os médicos pedem que as mães só levem as crianças à emergência quando for necessário. Mas como saber se é o caso de levá-las ou não? “A indicação clínica é levar a criança ao hospital quando há febre por mais de 24 horas, desconforto respiratório acompanhado por cansaço e em caso de mudanças repentinas no comportamento, quando o bebê está mais quieto que o habitual (quadro conhecido como hipoatividade) ou extremamente irritado, o que pode ser em decorrência da dificuldade para respirar”, explica a médica.

Como o vírus VSR é transmitido pelo contato, a especialista indica também evitar ambientes com aglomeração de pessoas, manter a ventilação adequada e lavar as mãos com frequência ou usar álcool 70% antes de cuidar de crianças, principalmente recém-nascidos. Ela explica também que, embora seja comum confundir resfriado com bronquiolite, o resfriado é um quadro mais brando, precedido por uma febre que não é persistente, e o estado geral da criança costuma permanecer bom. “As mães, nesses casos, podem fazer hidratação e usar remédios sintomáticos indicados pelo pediatra que já acompanha a criança”, indica. Já nos quadros de bronquiolite, o neném não consegue expelir a secreção e possui muita dificuldade para respirar. Há aparente piora do cansaço e a pele embaixo das unhas ou nas mucosas pode apresentar colocação azul-arroxeada (sintoma conhecido como cianose). “Alguns quadros demandam, inclusive, internação em Unidade de Terapia Intensiva, para que as crianças possam receber suporte respiratório”, complementa o  pediatra do Hospital e Maternidade Ipiranga Arujá.