Fevereiro é o mês de alerta para três doenças das quais a população tem pouco conhecimento sobre os sintomas e consequências no cotidiano de cada indivíduo: Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer. Apesar de serem doenças diferentes, têm em comum o fato de serem crônicas e incuráveis, mas perfeitamente controladas com tratamento qualificado e prolongado. O reumatologista Luiz Felipe Dipe, Coordenador Nacional de Reumatologia da Amil, e a médica pós-graduada em Geriatria e Gerontologia Giulliana Engelender, do Hospital Ipiranga Mogi das Cruzes, reforçam que o acompanhamento médico é fundamental desde os primeiros sintomas, sendo determinante para o diagnóstico precoce e controle destas doenças.

“No caso do Alzheimer, em geral é necessária uma equipe multidisciplinar, com a atenção e o cuidado de geriatras, neurologistas e psiquiatras, para direcionar o tratamento de forma segura e efetiva, levando em consideração as particularidades da doença em cada indivíduo”, afirma a Dra. Giulliana Engelender.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social. Com o passar do tempo, também interfere no comportamento e personalidade da pessoa, causando consequências como a perda de memória. O Alzheimer é a causa mais comum de demência – um grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, no Brasil há cerca de 1,2 milhão de casos da doença.

Da mesma forma, sem tratamento a Fibromialgia e o Lúpus podem afetar as relações sociais dos pacientes, como explica o reumatologista Luiz Felipe Dipe: “A Fibromialgia causa dores por todo o corpo, principalmente nos músculos, articulações e tendões. A síndrome também pode provocar cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. Existem diversos tratamentos medicamentosos e mudanças de hábitos de vida que podem auxiliar no controle das dores e da fadiga. O acompanhamento com um reumatologista, atividade física supervisionada e suporte familiar e psicológico são essenciais no sucesso do tratamento. Já o Lúpus é um distúrbio crônico autoimune, ou seja, uma desregulação do sistema imune que faz com que o organismo responda com alguns sinais ou sintomas da doença”. 

O Lúpus pode acometer diferentes órgãos e causar dores articulares, lesões de pele, queda de cabelo, problemas renais ou neurológicos, entre outros. O tratamento é realizado de acordo com o órgão acometido e existem diversos medicamentos capazes de controlar os sintomas. “Também é importante evitar exposição ao sol e praticar atividade física nas fases em que a doença não estiver ativa”, acrescenta o reumatologista. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 65 mil pessoas sofrem de Lúpus no país.